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"Com que idade a gente morre?"

Você tinha setenta e oito anos e um pouquinho quando me perguntou isso. Estava doente, talvez com medo de ser hospitalizado. Tivemos que te levar, a contragosto, mesmo assim. Fico pensando no que se passava pela sua cabeça naquele instante. Entre tantas incertezas, eu sorri — só pra interromper um choro não autorizado — e disse: _ Não sei. Mas, se quiser, vou contigo. Pra você não ir só. Nós dois sorrimos. E choramos. Sabíamos, sem dizer, que eu não poderia cumprir uma promessa dessas. Você jamais deixaria. Só por cima do seu cadáver, ou algo do gênero. Mas o que fazer, se eu herdei de você esse jeito de encarar problemas sem solução com algum humor? Desde então, pensei — e volta e meia repenso — na sua pergunta. Talvez a idade da morte seja como um aniversário: um ciclo que se constrói com cada dia vivido, bom ou ruim. E talvez a gente desconfie quando ela se aproxima, porque as pessoas passam a agir diferente, como quando tramam uma festa surpresa. Ou talvez seja como naque...

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