Martha Medeiros disse um dia "você é o que você traga, goza, lê". Eu li as intermitencias da morte, do Saramago. Em determinado trecho, o espírito que paira sobre as águas do aquário do peixe vermelho (sim... quem? eu nem sonhava com esse personagem) diz ao aprendiz de filósofo: _ (...) porque cada de um de vós tem a sua própria morte, transporta-a consigo num lugar secreto desde que nasceu, ela pertence-te, tu pertences-lhe (...) E então, pela primeira vez, eu pensei... Como será que eu vou morrer? Será que vai doer? Vou ver aquele filme passando? Como será que vão lembrar de mim? Quem me conheceu como eu? Se eu me conhecesse (sendo outra pessoa)... se eu me conhecesse mesmo, saberia: é terrível me amar. Os meus loops já me custaram muito... Também custaram a quem me ama. E essas pessoas, tenho certeza, nem sempre estão satisfeitas com minha falta de sentido aparente. Nesse caso, elas só me amam. Então... como vão lembrar de mim? É difícil falar/escrever/contar o que eu sin...
Tudo começou numa noite quente de sexta-feira, nesse espaço bem próximo à linha do equador, de cerca de 15m² que chamo de lar, quando resolvi me livrar do suor extra - por não te ar-condicionado em casa- - por não poder comprar-condicionador de ar - e ficar suspensa balançando numa rede há cerca de 50cm do chão.. Eu, com toda minha experiência de menos de 5 meses morando sozinha, dei um super nó, super treinado, que já tinha feito menos que 10 vezes na vida no punho da rede e confiei todos os meus ?? Kg àquele nó dado com a mais perfeita inabilidade. Acho que já dormia (não que demore muito pra eu cair no sono) há uns 5 min quando de repente TRÀÀÁ! obedeci àquela força implacável que te chama ao centro da terra e, juro, que passei pela dor de um parto todo em 0,5 segundo! Queda na hora não avisa o que vai ser no outro dia... hiperemia local, vasodilatação reflexa, mediadores inflamatórios recém-liberados, calor, rubor e todos os outros sinais flogísticos, me fizeram crer que...